sábado, 31 de março de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Continuação de nós mesmos



Não há momento mais fantasioso, do que aquele em que imaginamos estar sozinhos em nossos pensamentos.
Com frequência levamos as pessoas a eles.
Não existem segredos.
O que existe é o fato de compartilharmos nossa vida com um grupo menor de pessoas!
Ilusão é pressupor que podemos nos desviar dos olhares mais aguçados.
Mesmo tomando diferentes formas e nos revestindo de novas roupagens, nossas idéias nos denunciam.
O mundo pode passar, o material pode ser destruído, mas a IDÉIA é intocável e imensuravelmente permanente.
A idéia perpetua o que somos, mesmo depois de nossa existência.

(por Usos da Palavra)

segunda-feira, 19 de março de 2012

A morbidez nossa de cada dia

Bourdin


Não há natureza morta sem a morbidade das coisas
O estático e o inerte se apresentam rudes sombra sem movimento
Firmes e quase obsoletas
desafiam as novas leis da física
as novas leis da humanidade
desta humanidade, dinâmica
nada imóvel.
Movida à energia, tecnologia numa sinfonia
sonora sinfonia de movimentos mecânicos
Mecanizados pela ação do homem
que a cada dia mais deixa de ser humano
para se tornar máquina.
Cada peça em seu lugar...
Máquina
Um dia será descartada e substituída
por uma nova forma de ver  a natureza.

[por Usos da Palavra]

domingo, 18 de março de 2012

Estamos acostumados ao que é de costume?


 A mentira parece estar tão arraigada na sociedade, que falar a verdade parece um erro. Ver morte e guerra pela TV, não choca mais ninguém. Afinal, até nos vídeo games é possível brincar de guerra... Aquilo que não mata, engorda. Então porque se preocupar?
Se o engano sempre existiu, os enganados passivos não. De que lado afinal estamos? De que lado estou, de que lado você está? Você vai à igreja todos os domingos, mas no mesmo dia à tarde pragueja contra seus desafetos? Certo, a humanidade segue seu rumo e seus vícios. É a eterna luta entre o bem e o mal. O lado que escolhemos faz toda a diferença e se não podemos atingir à toda a humanidade, podemos ao menos garantir nossa integridade neste "mundocão" onde devorar os vivos parece ser a moda.
E aí? O que vai hoje?
Um pouco de ópio ou a lucidez para a batalha?
Mesmo o que é de costume, tem a nuance da diferença. Preste atenção!

[por Usos da palavra]

Quando morderem a sua maçã


Quem mexeu nas minhas coisas? Quem mexeu no "meu queijo"? Quem mexeu aqui ou ali? Ora, todos os dias mexemos em algo que não nos pertence e alguém mexe em algo que é nosso. Porque tanto espanto? Não estamos acostumados a lidar com pequenos contratempos? Mas... e quando mordem a nossa maçã? 
Ninguém gosta de ter seu recanto invadido, por mais natural que seja a curiosidade humana a respeito da vida das pessoas. Ao mesmo tempo que desejamos estar sozinhos, a multidão nos atrai. Antagônico não? Ao passo que nos recolhemos, também queremos mostrar o que somos, sabemos, sentimos. É como uma necessidade de deixar um pouco de nós neste mundo. Uns diriam: "faça algo" marcante! Já ouviram aquele dito, que todos devem pelo menos abraçar uma árvore, escrever um livro... etc... antes de morrer? E nessa jornada de marcar a presença na humanidade, na busca de realizar grandes coisas, inevitavelmente ficamos na mira dos que desejam "morder a nossa maçã"! Quem sabe roubá-la, infectá-la ou simplesmente deixar que apodreça na fruteira, para que não possamos sequer degustá-la.
Pois acho que se pudermos proteger nossas maçãs antes que alguém as morda!

Quando morderem a sua maçã...
que seja por amor!

[por Usos da Palavra]

O espelho dentro de mim

Stanislavas Sugintas


Um doce revoar de borboletas
alegres e esvoaçantes
em busca do calor do sol
em busca da flor mais bela
no jardim das cores
na alma mil amores
sonhos que ainda serão
e que talvez não virão
verdades sempre à tona
como um espelho
interior
de moldura leve e luz tênue
a me refletir e refletir
como um raio de sol a iluminar
as borboletas esvoaçantes
dentro de mim

[por Usos da Palavra]